sexta-feira, 30 de maio de 2014

Estatísticas do Cadastro Central de Empresas – Fonte IBGE - Base: Ano de 2012

Por Ricardo Bergamini

CEMPRE 2012: 58,9% dos assalariados da administração pública são mulheres

Em 2012, o pessoal ocupado assalariado do total de organizações do país era composto por 57,3% de homens e 42,7% de mulheres. Contudo, quando se analisa apenas as entidades da administração pública, observa-se que 58,9% dos assalariados são mulheres. Os dados são do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), que continha 5,2 milhões de empresas e outras organizações formais ativas em 2012. Elas ocuparam 53,4 milhões de pessoas, sendo 46,2 milhões (86,6%) como pessoal ocupado assalariado e 7,1 milhões (13,4%) na condição de sócio ou proprietário. Em 2012, 73,4% do pessoal assalariado trabalhavam em entidades empresariais, 19,1% atuavam no comércio, 57,3% eram homens, 82,3% não tinham nível superior, e 51,1% estavam concentrados na região Sudeste. Os salários e outras remunerações pagas pelas organizações totalizaram R$ 1,2 trilhão. O salário médio mensal foi de R$ 1.943,16, equivalente a 3,1 salários mínimos.


Na comparação com 2011, houve um incremento de 1,3% no total de empresas e outras organizações ativas (66,0 mil organizações). Por sua vez, o pessoal ocupado total (sócios, proprietários e pessoal ocupado assalariado) cresceu 2,3% (1,2 milhão). O número de sócios e proprietários cresceu 2,2% (152,5 mil). O total de salários e outras remunerações aumentou 7,1%, e o salário médio mensal cresceu 2,1%, em termos reais. Entre 2008 e 2012, o salário médio mensal subiu 10,1%, enquanto salários e outras remunerações cresceram 35,3%.

O CEMPRE reúne informações cadastrais e econômicas de empresas e outras organizações (administração pública, entidades sem fins lucrativos, pessoas físicas e instituições extraterritoriais), formalmente constituídas, presentes no país, e suas respectivas unidades locais (endereços de atuação das empresas e outras organizações).

Entidades empresariais reúnem 73,4% do pessoal ocupado assalariado

A análise segundo natureza jurídica evidencia a importância das entidades empresariais. Elas representavam 89,9% desse conjunto, 76,3% do pessoal ocupado total, 73,4% do pessoal ocupado assalariado e 63,9% dos salários e outras remunerações, em 2012. A administração pública, apesar de representar somente 0,4% das organizações, absorveu 17,2% do pessoal ocupado total, 19,9% do pessoal ocupado assalariado e pagou 29,8% dos salários e outras remunerações. As entidades sem fins lucrativos, com 9,7% das organizações, foram responsáveis por 6,5% do pessoal ocupado total, 6,7% do pessoal ocupado assalariado e 6,3% dos salários pagos no ano.

Comércio tem maior percentual de pessoal assalariado pelo 3º ano consecutivo

A seção Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas destacou-se com as maiores participações em três das quatro variáveis analisadas: número de empresas e outras organizações (41,8%), pessoal ocupado total (22,2%) e pessoal ocupado assalariado (19,1%), enquanto que em salários e outras remunerações ficou na terceira colocação (12,1%). Esta seção aparece pelo terceiro ano consecutivo como a principal atividade absorvedora de pessoal ocupado assalariado, com 8,9 milhões de pessoas.

As Indústrias de transformação, por sua vez, ficaram na segunda colocação nas quatro variáveis analisadas, como nos dois anos anteriores: número de empresas e outras organizações (8,4%), pessoal ocupado total (16,7%), pessoal ocupado assalariado (17,9%) e salários e outras remunerações (19,1%). A seção Administração pública, defesa e seguridade social destacou-se com a maior participação em salários e outras remunerações (23,7%). Contudo, assim como em 2011, manteve-se na terceira colocação em pessoal ocupado total (13,8%) e em pessoal ocupado assalariado (16,0%). Entre as demais seções, Atividades administrativas e serviços complementares e Construção ficaram na quarta e na quinta colocações em pessoal ocupado assalariado, com 9,3% e 6,6%, respectivamente, e na sexta e quinta colocações em salários e outras remunerações, 5,4% e 5,6%.

Organizações com mais de 250 pessoas reúnem 53,7% dos assalariados

Em 2012, do total de empresas e outras organizações, 87,9% tinham até nove pessoas ocupadas, 10,3% tinham de 10 a 49 pessoas, 1,4% tinham de 50 a 249 pessoas e 0,4% tinham 250 pessoas ou mais. Apesar do predomínio das empresas de menor porte na estrutura empresarial brasileira, as organizações com 250 pessoas ou mais foram as que apresentaram as maiores participações nas variáveis analisadas: pessoal ocupado total (46,6%), pessoal ocupado assalariado (53,7%) e salários e outras remunerações (69,1%).
Em termos salariais, os valores apresentam relação direta com o porte da organização. Os salários médios mensais mais elevados foram pagos pelas empresas com 250 pessoas ou mais (R$ 2.527,11), enquanto os menores valores, pelas empresas com até nove pessoas ocupadas (R$ 1.010,88). As empresas com 250 pessoas ou mais pagaram valores 29,9% acima do salário médio (R$ 1.943,16), enquanto as demais faixas pagaram salários abaixo da média.

Média salarial tem crescimento real de 10,1% em quatro anos

Em todos os anos analisados, tem sido observado crescimento real no total de salários e outras remunerações. Em 2012, o aumento foi de 7,1%. No período de 2008 a 2012, a taxa acumulada foi de 35,3%. Por sua vez, o salário médio mensal apresentou uma taxa de crescimento de 2,1%, em termos reais, em 2012. Em 2009, o avanço havia sido de 4,7%, em 2010, 0,6% e em 2011, 2,4%. No acumulado do período, o salário médio mensal cresceu 10,1%.

Tabela 7
Taxa de crescimento relativo e acumulado das empresas e outras organizações, do pessoal ocupado total, dos salários e outras remunerações e do salário médio mensal
Brasil - 2008 - 2012
Variáveis
Taxa de crescimento

Relativo


Acumulado 2008/2012






2008/2009





2009/2010
2010/2011
2011/2012




Número de empresas e outras organizações
5,2
5,8
0
1,3
12,8

Pessoal ocupado total
4,7
6,5
4,9
2,3
19,8

  Pessoal ocupado assalariado
4,7
6,9
5,1
2,3
20,4

  Sócios e proprietários
4,9
4,3
3,8
2,2
15,8

Salários e outras remunerações
7,2
9,2
8
7,1
35,3

Salário médio mensal (R$)
4,7
0,6
2,4
2,1
10,1

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Cadastro Central de Empresas 2008-2012

Analisando o crescimento do salário médio mensal de 2008 a 2012, observa-se que das 20 seções da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) 2.0, 12 apresentaram aumentos reais acima da média do período (10,1%), destacando-se as atividades das Indústrias extrativas (44,5%), Saúde humana e serviços sociais (21,3%) e Construção (20,5%).Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas e Atividades administrativas e serviços relacionados apresentaram aumentos de salários reais de 17,2% e 14,7%, respectivamente. Os salários das Indústrias de transformação e da Administração pública, defesa e seguridade social aumentaram em 9,2% e 10,7%, respectivamente, no período de 2008 a 2012.

O salário médio mensal, em 2012, foi de R$ 1.943,16. Os maiores salários foram pagos por Eletricidade e gás (R$ 5.968,28), seguido por Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (R$ 4.587,73) e Indústrias extrativas (R$ 3.899,12). Essas atividades absorveram juntas somente 2,7% do pessoal ocupado assalariado. Os menores salários foram pagos por Alojamento e alimentação (R$ 947,87), Atividades administrativas e serviços complementares (R$ 1.170,11) e Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas(R$ 1.258,96).

7,8 milhões de empregos formais foram gerados entre 2008 e 2012

Analisando o pessoal ocupado assalariado, observa-se que as empresas e outras organizações formais geraram 7,8 milhões de novos vínculos empregatícios entre 2008 e 2012, tendo passado de 38,4 milhões para 46,2 milhões de pessoas. Quase metade (49,4%) foram gerados em três seções: 23,1% em Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas; 13,2% em Construção; e 13,1% em Atividades administrativas e serviços complementares.

57,3% dos assalariados eram homens e 82,3% não tinham nível superior

Entre 2011 e 2012, o aumento do número de mulheres (3,2%) foi superior ao de homens (1,7%). Contudo, em 2012, 57,3% dos assalariados eram homens e 42,7% eram mulheres. Em termos salariais, em 2012, os homens receberam, em média, R$ 2.126,67 e as mulheres R$ 1.697,30. Ou seja, as mulheres receberam em média o equivalente a 79,8% dos salários dos homens, mas seus salários médios tiveram um aumento real superior ao dos homens: 2,4% contra 2,0%.

Por nível de escolaridade, 82,3% do pessoal assalariado não tinham nível superior e 17,7% possuíam. O pessoal assalariado com nível superior cresceu 6,0%, enquanto o pessoal assalariado sem nível superior cresceu 1,6%. O pessoal assalariado com nível superior recebeu, em média, R$ 4.405,55, enquanto o pessoal sem nível superior, R$ 1.398,74, ou seja, uma diferença de 215,0%.

Participação feminina na variação de pessoal ocupado assalariado foi de 58,5%

De 2011 para 2012, a participação relativa feminina, na variação de pessoal ocupado assalariado, foi pela primeira vez superior à participação masculina. Enquanto os homens contribuíram com 41,5% (438,9 mil pessoas), as mulheres contribuíram com 58,5% (619,8 mil pessoas).

Nos últimos quatro anos, a participação relativa dos assalariados com nível superior tem sido crescente, quando se analisa a variação de pessoal ocupado assalariado. De 2011 para 2012, a participação dos sem nível superior nesta variação foi de 55,9% (592,1 mil pessoas), enquanto a dos com nível superior foi de 44,1% (466,6 mil pessoas).

41,3% dos assalariados da administração pública têm nível superior

A proporção de pessoal assalariado com e sem nível superior varia de acordo com a natureza jurídica, mas a participação do pessoal assalariado sem nível superior é sempre maior. Nas entidades empresariais, a participação dos assalariados sem nível superior é muito expressiva, mas caiu de 90,7% em 2009 para 89,5% em 2012. A administração pública é a natureza jurídica onde há o maior predomínio de pessoal assalariado com nível superior: 35,8% em 2009 e 41,3% em 2012. É possível observar, ao longo dos anos, ganhos de participação dos assalariados com nível superior em todas as naturezas jurídicas. Nas entidades sem fins lucrativos, esse percentual subiu de 25,9% em 2009 para 27,3% em 2012.

A participação do pessoal ocupado assalariado masculino nas empresas foi superior à feminina, diferença que tem diminuído com o passar dos anos: a participação masculina caiu de 64,5% em 2009 para 62,8% em 2012. Já as organizações da administração pública e das entidades sem fins lucrativos apresentavam maior participação de pessoal ocupado assalariado feminino que masculino. Na administração pública, de 2009 a 2012, a participação do pessoal assalariado feminino aumentou de 58,3% para 58,9%. Nas entidades sem fins lucrativos, essa participação passou de 52,8% para 54,6%.


Sudeste concentra 51,1% do pessoal ocupado assalariado


A análise regional é realizada a partir das informações das unidades locais, que são os endereços de atuação das empresas e outras organizações. No ano, as 5,2 milhões de empresas e outras organizações ativas no país possuíam 5,7 milhões de unidades locais.

A região Sudeste destacou-se, concentrando 2,9 milhões (51,5%) das unidades locais do país, 27,4 milhões das pessoas ocupadas (51,4%), 23,6 milhões das pessoas assalariadas (51,1%) e R$ 654,5 bilhões (55,3%) dos salários e outras remunerações. A região Sul era a segunda colocada em participação no número de unidades locais (21,7%), em salários e outras remunerações (15,6%) e no pessoal ocupado total, com 17,7%. Contudo, em relação ao pessoal ocupado assalariado estava na terceira posição, com 17,1%. A região Nordeste ficou na segunda colocação em pessoal ocupado total (17,7%) – na mesma posição da Região Sul - e em pessoal assalariado (18,2%); em número de unidades locais (15,6%) e em salários e outras remunerações (14,3%) ficou na terceira colocação. A região Centro-Oeste ficou na quarta colocação em todas as variáveis analisadas e a região Norte na quinta colocação, com as menores participações.

São Paulo apresentou as maiores participações relativas em todas as variáveis, com 31,3% do número de unidades locais, 29,8% do pessoal ocupado total, 29,4% do pessoal ocupado assalariado e 33,6% dos salários e outras remunerações. Minas Gerais apareceu na segunda colocação no número de unidades locais (10,8%) e em pessoal ocupado assalariado (10,2%), mas ficou com a terceira colocação em salários e outras remunerações (8,9%). Rio de Janeiro apareceu na terceira colocação em pessoal ocupado total (9,4%), em pessoal ocupado assalariado (9,5%), mas foi o segundo colocado em salários e outras remunerações (11,1%) e o quinto com relação ao número de unidades locais (7,4%). Rio Grande do Sul foi o terceiro colocado em número de unidades locais (8,6%), mas obteve a quinta posição em pessoal ocupado total (6,5%) e assalariado (6,2%) e a quarta posição em salários e outras remunerações (5,9%). Já o Paraná foi o quarto colocado em número de unidades locais (7,9%), pessoal ocupado total (6,6%) e assalariado (6,3%) e o quinto colocado em salários e outras remunerações (5,7%). Acre, Roraima e Amapá apresentaram as menores participações nessas variáveis, com valores oscilando entre 0,1% e 0,3%.

Distrito Federal paga maiores salários médios (5,8 salários mínimos)

Em 2012, o salário médio mensal foi de 3,1 salários mínimos. Os maiores salários médios foram pagos no Distrito Federal (5,8 salários mínimos), Rio de Janeiro (3,7 salários mínimos), São Paulo (3,6 salários mínimos) e Amapá (3,4 salários mínimos). Já os menores salários médios foram pagos no Ceará, Paraíba, Alagoas (2,2 salários mínimos) e Piauí (2,3 salários mínimos).

Do total de 7,8 milhões de novos vínculos empregatícios gerados de 2011 para 2012, 3,7 milhões (47,1%) foram gerados na região Sudeste, 1,7 milhão (21,3%) no Nordeste, 1,3 milhão (16,0%) no Sul, 715,9 mil (9,1%) no Centro-Oeste e 500,6 mil (6,4%) no Norte. As unidades da federação com os maiores saldos positivos de pessoal ocupado assalariado no período de 2008 a 2012 foram: São Paulo com 2,1 milhões (26,6%), Minas Gerais com 743,5 mil (9,5%) e Rio de Janeiro 719,1 mil (9,2%). As maiores participações relativas do pessoal ocupado total na população economicamente ativa foram do Distrito Federal (87,7%), São Paulo (69,6%) e Santa Catarina (68,8%). As menores participações foram do Maranhão (24,3%), Piauí (27,4%) e Pará (29,2%).

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