terça-feira, 25 de outubro de 2016

ja
Comentário de Olavo de Carvalho:É para pessoas como o Dante Mantovani que gosto de escrever.

1- A linguagem empregada no livro é direta e sinuosa ao mesmo tempo, o que demonstra a junção dos planos da inventio, e da elocutio da retórica clássica , além de demonstrar o domínio absoluto da linguagem literária rigorosamente filiada à tradição das línguas latinas. O texto é fluido e profundo ao mesmo tempo, palatável à leitura, mas densamente povoado de informações altamente relevantes. É importante fazer essa ressalva, porque livros extremamente densos do ponto de vista filosófico costumam ser escritos em linguagem igualmente densa e impenetrável, como não nos deixa mentir a Crítica à Razão Pura, de Immanuel Kant, ou o Ser e Tempo, de Martin Heidegger. Este não é o caso de 'O Jardim das Aflições', que pode ser lido por pessoas com básica formação intelectual, o que, admito, é algo raro no Brasil de hoje. Porém, o mais importante é não deixar de assinalar a homologia entre os planos da forma e do conteúdo, pois o livro não chama atenção apenas por sua originalidade, mas também por sua forma “musical”, o que nos leva à minha segunda observação.

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