domingo, 27 de agosto de 2017

 Amazônia (3)

Por Armando Soares

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“Se uma leve camada de hipocrisia não cobrisse o apodrecido tronco da nossa moderna civilização, que horrendo espetáculo não se depararia à nossa vista! ”
(Paolo Mantegazza)



                Triste a memória que permanece viva na Amazônia do crime histórico praticado por maus brasileiros e governantes que, associados a ingleses, trocaram borracha por café no começo do século, e provocaram a estagnação da Amazônia em séculos, sem que esse ato criminoso doessem na consciência de nossas elites; um ato que entregava a custo zero ao Império Britânico as riquezas e os benefícios extraordinários que a borracha iria promover através da revolução do sistema de transportes no mundo, pois sem a borracha a invenção da roda pneumática, do automóvel e do avião não teriam valor, e a revolução do sistema de transportes no mundo não teria se realizado. Podemos considerar que essa foi a maior estupidez que a elite política e econômica brasileira praticou em toda a história brasileira; perdeu o Brasil a oportunidade de ter um desenvolvimento que nunca mais o brasileiro terá no curto e médio prazo; toda essa idiotice e burrice para proteger apenas um setor da economia, a cafeeira com potencialidade econômica infinitamente inferior a potencialidade da borracha. Esse erro de visão, que vem acompanhando nossas elites econômicas e políticas ao longo do tempo, pode-se considerar como o mais estúpido, o mais burro que se tem conhecimento na história das civilizações. O resultado desse erro é que somos quintal do mundo e vivemos numa república devassa, sem arranque econômico e dominada por políticos corruptos e incompetentes.


                Estão, também, ainda vivas na nossa memória, as diversas tentativas de internacionalização da Amazônia levadas a efeito por países colonialistas e piratas, a partir do século passado como a criação da República do Cunani, no atual Estado do Amapá, por parte da França; o chamado Sindicato Boliviano, empreitada anglo-americana, onde é hoje o Estado do Acre; o Projeto da Academia de Ciências de Washington; a criação do Grande lago Amazônico; a Expedição Alemã no Jary (1935/37), com aval do Governo Brasileiro e do Museu Nacional do Rio de Janeiro e comandado por membro da S.A (Pelotão de Assalto do Partido Nazista bem equipada, incluindo hidroavião, tendo os expedicionários coletado no Rio Jarí, no Amapá, farto material e ampla documentação). O livro contendo a história da expedição foi retirado de circulação e destruído pelo governo Brasileiro culminando com a ridícula e absurda proposta do presidente francês em nossos dias de transformar a Amazônia em patrimônio mundial da humanidade, pegando como gancho a formação de nações indígenas, projeto que esconde os interesses da pirataria internacional, tentativa que se repete em nossos dias através das reservas indígenas oriundas da política ambiental bandida. Outro exemplo dessa fixação estrangeira pela Amazônia: em 1945 se consumou a proposta do Instituto Internacional da Hileia Amazônica de autoria do representante do Brasil na ONU, professor Paulo Barredo Carneiro, que com anuência do governo brasileiro foi aprovado por unanimidade, sob a justificativa de soerguer a Amazônia, dando-lhe novas dimensões, com a ajuda de técnicos e cientistas do mais alto gabarito internacional. Graças à reação de eminentes brasileiros, que denunciaram o golpe criminoso contra os interesses do Brasil e da Amazônia e a ameaça de sua internacionalização e perda de soberania, o projeto fracassou. A história se repete, agora com mais cinismo e perversidade diante do avanço tecnológico do novo mundo que permite, em velocidade espantosa, o conhecimento da verdade, mesmo àquelas estabelecidas nos gabinetes fechados, onde o povo é tratado como coisa sem nem valor. Some-se a essas tentativas a proposta de criação do Instituto da Hileia Amazônica, que encontrou grande oposição por parte de Arthur Bernardes, então deputado federal, e Augusto Meira, senador pelo Pará; o projeto científico da Academia de Ciências de Washington (1965), o projeto do Lago Amazônico, do Hudson Institute (1967/68), que faria sumir do mapa da Amazônia, cidades como Santarém, Alenquer, Óbidos, Faro, Juruti, Parintins, Itacoatiara e parte de Manaus. A oposição a duas últimas tentativas esteve sob a liderança de Arthur César Ferreira Reis.


No presente poderíamos incluir a Proposta de Conservação da Floresta Amazônica; a Lei de Patentes elaborada pelo governo; o Acordo firmado entre a EMBRAPA e o Instituto Malaio de Pesquisa da Borracha (RRIM) que oficializa o saque de material genético da seringueira e outras espécies florestais, a que se associa a Política Nacional Integrada para a Amazônia, do governo FHC dentro do programa de abertura da economia brasileira, considerando-se a prioridade para grandes projetos com apoio de capital estrangeiro e o esquecimento da civilização amazônida, endossado e aumentado no governo Lula que engessou definitivamente territorial e economicamente a Amazônia para atender interesses das nações ricas e por grandes corporações econômicas. 


O subdesenvolvimento da Amazônia originária da estagnação imposta no passado de quando da transferência programada da seringueira para o sudeste asiático e demais problemas, é também resultado do desvio do desenvolvimento da região, para atender interesses inconfessáveis, sendo a prova maior o aumento da pobreza, os conflitos fundiários, invasões criminosas, presença alarmante de ONGs estrangeiras, economia estagnada e corrupção abundante.



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As questões ecológicas de outras regiões do globo terrestre não apresentam as mesmas características das da Amazônia; as questões ambientais amazônicas podem e devem ser resolvidas no curto prazo e com eficiência se o governo brasileiro tiver vontade política e boas intenções e não intervir na região para atender interesses estrangeiros. Com certeza a poluição e a desordem urbana é mais preocupante que a conservação da floresta amazônica, e são deixadas de lado pelo governo federal, a exemplo as gigantescas favelas que abrigam toda a bandidagem que está matando inocentes brasileiros e viciando com drogas o povo. Aliás, o povo no Brasil serve apenas como massa de manobra, nada mais.


O Estado brasileiro, apelidado de democrático, não passa de um monstro devorador insaciável, que confina o povo para ser contado, tributado, deseducado e dominado em locais regulamentados (a casa, a escola, o asilo, o local do trabalho), transformando homens e mulheres brasileiros em verdadeiros servos para trabalhar e servir uma casta política e governista improdutiva, corrupta e insensível às necessidades da sociedade, ou seja, o povo servindo aos governantes e não os governantes servindo o povo. A Amazônia, ou melhor, os estados amazônicos é o exemplo mais fiel de um governo que destruiu o federalismo, e os Estados brasileiros. A lei serve apenas interesses de grupos políticos e econômicos. O poder no Brasil é tirano.


Amazônia: região de saque, discriminação e de idiotas.


Armando Soares – economista



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Soares é articulista de Libertatum

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